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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A origem do currículo

A história da educação nos mostra que os romanos organizavam os conteúdos do seu currículo em três componentes: a gramática, a retórica e a dialética, nos quais consistia o trivium. Essas disciplinas tinham como objetivos ler e escrever com correção e discursar com clareza e argumentar sobre temas diversos. A necessidade de quadros para as tarefas mais elaboradas demandavam uma formação mais profunda de caráter científico. As disciplinas do currículo eram agrupadas em aritmética, música, geometria e astronomia, constituindo o quadriviun na Idade Média o quariviun era praticado nos mosteiros e forma a elite responsável pelo Império Romano.
Com a descobertas de novas terras, novos povos, nova natureza, surge a necessidade de um maior números de indivíduos capazes de lidar com os novos meios de produção, com economia e com a gestão de sociedades capazes de assim  de assimilar o pensamento novo que gerou a partir dos descobrimentos e de suas consequências sociais, políticas e econômicas. A educação não podia ficar restrita as elites. Havia a necessidade de recursos humanos mais bem preparados. O currículo exigia uma ampliação de habilidades e conteúdos. Surgiu, então, necessidade de técnicas para ministrar um ensino variado a toda população, é nesse contexto que nasce a didática moderna do século VII. A obra clássica dessa didática é a Didática Magma de autoria do teólogo Comenius (1592/1670) dizia que tudo pode ser ensinado a todos. E que os ensinamentos tinham um caráter de universalidade. As técnicas para lograr essa educação universal, estão até hoje presente na prática educacional.
As condições sociais e econômicas que haviam levado ao o novo sistema educacional europeu sofrerma grandes transformações nos séculos seguintes. A visão de mundo se modificou-se sobre tudo graças a três grandes revoluções do final do século VIII: a Revolução Industrial com patente da máquina a vapor 1769 por James Watt, a Revolução Americana; e revolução Francesa em 1789.
O estudo sobre o currículo surge nos Estados Unidos com o livro The curriculum de Bobbitt. O livro de Bobbitt é escrito num momento crucial da história da educação estado unidense, num momento em que diferentes forças econômicas, políticas e culturais procuram moldar os objetivos e as formas de educação massa e suas diferentes participações na sociedade.  Esse pensamento sobre o currículo influencia grande parte do mundo inclusive o Brasil. É nesse momento que se tenta responder as questões cruciais sobre finalidades e os contornos da escolarização de massa. Quais os objetivos da educação escolarizada: formar o trabalhador especializado ou proporcionar uma educação geral, acadêmica, à população? O que se deve ensinar: as habilidades básicas de escrever, ler e contar; as disciplinas acadêmicas humanísticas; as disciplinas científicas; as habilidades práticas necessárias para as ocupações profissionais? A finalidade da educação nesse contexto apela pela exigência de vida laboral e o currículo resume-se a uma dimensão técnica. Nos anos de 1960 a tendência tecnicista aparece com força e controla o currículo que se opõe ao currículo humanista que havia dominado a educação desde sua institucionalização. Tal como o modelo de Bobbitt, o currículo desenvolvido por Tyler, seu contemporâneo também era uma questão de técnica. A organização e o desenvolvimento do currículo nesses moldes devem procurar responder, de acordo com Tyler, a quatro questões básicas: 1- Que objetivos educacionais devem a escola procurar atingir? 2- Que experiências educacionais podem ser oferecidas que tenham probabilidade de alcançar esses propósitos? 3-Como organizar eficientemente as experiências educacionais? 4- Como podemos ter certeza que esses objetivos estão sendo alcançados? As quatro perguntas de Tyler correspondem à divisão tradicional da atividade educacional: currículo (1), “ensino e instrução” (2 e 3) e avaliação (4).
As teorias do currículo
Os modelos tradicionais de currículo restringiam-se a atividade técnica de como fazer o currículo. As teorias críticas sobre o currículo, em contraste, começam pôr em questão precisamente os pressupostos dos presentes arranjos sociais tem sua razão de ser sustentada pelos modelos de currículos tradicionais. As teorias tradicionais eram teorias de aceitação, ajuste e adaptação. As teorias críticas são teorias de desconfiança, questionamento e transformação radical. Para teorias criticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o currículo, mas desenvolver conceitos que nos permitam compreender o que o currículo faz.
As teorias tradicionais do currículo
Ensino, organização, aprendizagem, planejamento, avaliação, eficiência, metodologia, didática, objetivo.
Teorias críticas
Ideologia, reprodução social e cultural, poder, classe social, capitalismo, relações sociais de produção, conscientização, emancipação e libertação, currículo oculto, resistência.
Teorias pós-críticas
Identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, raça, etnia, sexualidade, multiculturalismo.