É sabido que a leitura estimula nosso raciocínio e nossa capacidade de discernimento. Quem a cultiva qualifica a sua relação não apenas com literatura, mas com todas as outras linguagens artísticas, o patrimônio material e imaterial e os saberes tradicionais. Compreende também mais profundamente a riqueza das culturas populares. Por isso, a prática leitora é fundamental para a promoção da diversidade cultural. A leitura qualifica a relação do indivíduo com os indivíduos, com a saúde, com a televisão e o computador, com a cidade, com o meio ambiente, com a política, com a economia, constituindo-se como uma base sólida para o desenvolvimento de uma cultura de discernimento e de diálogo para a construção de um ambiente social qualificado, participativo, pacífico e democrático.
Um fato importante é que no Brasil, mais de 11% de nossa população olham para um livro e não conseguem ver nenhuma aventura, nenhum grande personagem se definindo, nem se aproximar de uma reflexão instigante... Ele é apenas uma máquina estranha repleta de códigos indecifráveis, parada, sem vida alguma. Não conseguem ver porque mesmo a máquina mais simples exige-lhes um básico domínio do alfabeto que uma boa parte do nosso povo mais pobre ainda não possui.
O certo é que há vários tipos de analfabetos. O mais conhecido é o analfabeto absoluto, o que não aprendeu a ler. Um segundo tipo é chamado pelos conhecedores do assunto de analfabeto funcional – aquele que só com muita dificuldade faz partes pequenas do texto funcionar. Mas há um terceiro analfabeto, que se deve – e está sendo – objeto das políticas culturais. É aquele que o poeta Mario Quintana definiu como “o pior analfabeto”: o que sabe ler mais não lê.
A leitura e a escrita devem ser encaradas como práticas essencialmente sociais e culturais e constituem elementos fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa igualitária. Ler e escrever são um direito de todo cidadão. Só nos tornamos cidadãos plenos quando partilhamos de todos direitos e deveres de uma sociedade.
O incentivo à leitura é uma busca a superar uma defasagem de anos de analfabetismo funcional a qual se tem proliferado em nossas escolas. Formar uma geração de leitores pode ser uma tarefa difícil, mas não impossível.
O incentivo à leitura na escola é tarefa do professor conjuntamente com os familiares dos alunos. Buscar cumprir esta tarefa é um desfio instigante que deve mobilizar toda uma sociedade. Só pela leitura consciente é que aprendemos e ensinamos. Fomentar a leitura como forma de prazer e não como forma de castigo.
Antes de tudo, para ensinar o aluno a gostar de ler o professor precisa ler. As crianças aprendem por imitação e o professor que não ler não pode fazer um aluno gostar de ler. A sala de aula deve virar um lugar de magia, aventura, viagem pelo mundo do aprendizado, fazendo da leitura a chave que irá abrir um mundo de possibilidades.
Fonte: PNLL Plano Nacional de Livro e Leitura.
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