A prática de todo professor, mesmo de forma inconsciente,
sempre pressupõe uma concepção de ensino e aprendizagem que determina sua
compreensão dos papeis de professor e aluno, da metodologia da função social da
escola e dos conteúdos a serem trabalhados na discussão destas questões é
importante analisar os pressupostos pedagógicos que estão por trás das
atividades de ensino na busca de
coerência do que se pensa está fazendo e o que realmente se faz. Tais práticas
se constituem a partir de concepções educativas e metodologias de ensino que
permearam a formação educacional e percurso profissional do professor, aí
incluídas suas próprias experiências escolares, suas experiências de vida,
ideologia compartilhada com seu grupo social e as tendências pedagógicas que
lhe são contemporâneas. As tendências pedagógicas que se firmam nas escolas
brasileiras públicas e privadas na maioria dos casos não aparecem de forma
pura, mas com características particulares, muitas vezes mesclando aspectos de
mais de uma linha pedagógica. A análise das tendências pedagógicas no Brasil
evidente a influência dos grandes movimentos educacionais intencionais da mesma
forma que se expressa às especificidades de nossa história política social e
cultural. Pode se identificar na tradição pedagógica brasileira a presença de
quatro tendências: a tradicional, a renovada (Escola Nova), a tecnicista e
aquelas marcadas centralmente pelas preocupações sociais e políticas.
A Pedagogia Tradicional
A pedagogia tradicional é uma proposta de educação centrada
no professor, cuja função se define como a de vigiar e aconselhar os alunos,
corrigir e ensinar a matéria. A metodologia de tal concepção se baseia na
exposição oral dos conteúdos numa sequência determinada e fixa independente do
contexto escolar enfatiza-se a necessidade de exercícios repetidos para
garantir a memorização dos conteúdos. A função primordial da escola nesse
modelo é transmitir conhecimentos disciplinares para a formação geral do aluno,
formação que o levará a se inserir-se futuramente na sociedade e optar por uma
profissão valorizada. Os conteúdos são conhecimentos acumulados pela humanidade
passados como verdades absolutas, e embora, a escola vise a preparação para a
vida não busca fazer relação com os conteúdos que e os interesses dos alunos e
os problemas sociais. O professor é visto como autoridade máxima, um
organizador dos conteúdos e as estratégias de ensino e. portanto, o guia
exclusivo do processo educativo.
A pedagogia renovada é uma concepção que inclui várias
correntes que de uma forma ou de outra estão ligadas ao movimento da Nova
Escola. Tais divergências assume o mesmo princípio norteador de valorização do
indivíduo como ser livre, ativo e social. O centro da atividade escolar não é o
professor e nem os conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como ser ativo e
curioso. Em oposição à Escola Tradicional a Escola Nova se destaca o princípio
da aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude de aprendizagem parte
do interesse do aluno e que, por sua vez, aprendem fundamentalmente pela experiência,
pelo que descobre por si mesmo. O professor é visto como um facilitador no
processo de busca do conhecimento que deve partir do aluno. Cabe ao professor
organizar e coordenar as situações de aprendizagem. A ideia do ensino guiado
pelo interesse dos alunos, em muitos casos, por desconsiderar a necessidade de
um trabalho planejado, perde-se de vista o que deve ser ensinado e aprendido.
Essa tendência que teve grande influência no Brasil na década de 30, no âmbito
pré-escolar (jardim de infância) até hoje influencia muitas práticas
pedagógicas.
A Pedagogia Tecnicista
Nos anos de 1970 proliferou o que se chamou de “tecnicismo
educacional”, inspirado nas teorias behavioristas (estimulo-resposta) da
aprendizagem e da abordagem sistêmica do ensino que definiu uma prática pedagógica
altamente controlada e dirigida pelo professor. Com atividades mecânicas
inseridas em proposta educacional rígida e passível de ser programada em
detalhes. A supervalorização da tecnologia programada trouxe consequências a
escola e revestiu-se de grande autossuficiência reconhecida por ela e de toda a
comunidade atingida. Criando a falsa ideia de que aprender não é algo natural
do ser humano, mas que depende exclusivamente de especialistas e de técnicas. O
que é valorizado nesta perspectiva não é o professor, mas a tecnologia. O
professor passar ser apenas um mero especialista na aplicação de manuais e sua
atividade fica restrita aos limites possíveis e estreitos das técnicas
utilizadas. A função do aluno é reduzida ao indivíduo que reage aos estímulos
de forma a corresponder a respostas esperadas pela escola para ter êxito e
avançar. Seus interesses e processos particular não são considerados e atenção
que ele recebe é pra ajustar seu ritmo ao programa que o professor deve
implementar. Essa orientação foi dada pelas escolas pelos organismos oficiais
durante os anos 60, até hoje está presente em muitos materiais didáticos com
caráter estritamente instrumental.
A Pedagogia Libertadora
No final dos 70 e início dos anos 80, a abertura política
decorrente do final do regime militar coincidiu com uma imensa mobilização dos
educadores na busca por uma educação crítica a serviço das transformações sociais,
econômicas e políticas, tendo em vista a superação das desigualdades existentes
no interior da sociedade. Ao lado das teorias críticos reprodutivistas,
firma-se no meio educacional a presença da “pedagogia libertadora” e a
pedagogia critico-social dos conteúdos. A pedagogia libertadora tem suas
origens nos movimentos de educação popular que ocorreram no final dos anos 50 e
início dos anos 60, quando foram interrompidos pelo golpe militar de 1964 e
teve seu desenvolvimento retomado no final dos anos 70. Nessa proposta a
atividade escolar pauta-se em discussões de temas sociais e políticos em ações
sobre a realidade social imediata, analisam-se seus problemas e fatores
determinantes e organizam-se em forma de atuação para que se possa transformar
a realidade social e política. O professor é um coordenador de atividades que
organiza e atua conjuntamente com os alunos.
A Pedagogia Critica Social dos Conteúdos
A pedagogia “critico-social dos conteúdos”, que surgem no
final dos anos 70 e início dos anos 80, coloca-se como uma reação de alguns
educadores que não aceita a pouca relevância que a “pedagogia libertadora” dá
ao aprendizado do “saber sistematizado” historicamente acumulado, que constitui
parte do acervo cultural da humanidade. A “pedagogia crítico social dos
conteúdos” assegura a função social e política da escola mediante trabalhos com
os conhecimentos sistematizados a fim de colocar as classes populares em condições
de uma afetividade as classes em condições de uma efetiva participações nas
lutas sociais. Entende-se que não basta ter apena como conteúdos escolares as
questões sociais atuais, mas que é necessário que se tenha domínio de
conhecimentos e habilidades e capacidades mais amplas para que os alunos possam
interpretar suas experiências de vida e defender seus interesses de classe.
É importante salientar que não se pode deixar de se
preocupar com domínio de conhecimentos formais para participação crítica na
sociedade, considera-se também que é necessária uma adequação pedagógica as características
de um aluno que pensa e de um professor que sabe a importância dos conteúdos e
seu valor social formativo.
Poderá gostar também:
Resumo das tendências Pedagógicas
Poderá gostar também:
Resumo das tendências Pedagógicas
Referências
Ótima explicação
ResponderExcluirObrigada!!! Valeu demais sua interação!!!! Volte sempre!!!
Excluir