sábado, 25 de julho de 2009

O processo de ensino na escola


O processo de ensino se caracteriza pela atividade de ensino das matérias escolares. A combinação de objetivos, conteúdos, métodos e forma de organização de ensino tem por finalidade assimilação ativa, por parte dos alunos, conhecimentos, habilidades, hábitos e o desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas.

Existe uma relação recíproca e necessária entre professor e aluno que se completam pelas atividades do processo ( ensino ) e do aluno ( aprendizagem ).

A unidade ensino aprendizagem- aprendizagem se concretiza na interligação de dois momentos indissociáveis – transmissão/assimilação ativa de conhecimentos e habilidades dentro de condições específicas de cada situação didática.
As relações entre professor, aluno e matéria não são estáticas, mas dinâmicas; por isso falamos da atividade de ensino como um processo coordenado de ações docentes. Portanto, a condução desse processo como qualquer atividade humana, requer uma estruturação dos vários momentos de desenvolvimento da aula ou unidade didática.

As características do processo de ensino
O processo de ensino é um conjunto de atividades organizadas do professor e dos alunos, visando alcançar determinados resultados ( domínio de conhecimentos e desenvolvimentos das capacidades cognoscitivas ), tendo como ponto de partida o nível atual de conhecimentos, experiências e de desenvolvimento mental dos alunos.

O ensino é um processo que se caracteriza pelo desenvolvimento e transformação progressivas das capacidades intelectuais dos alunos em direção ao domínio dos conhecimentos e habilidades e sua aplicação na vida prática.

O processo de ensino tem um caráter intencional e sistemático, em virtude do qual são requeridas as tarefas docentes de planejamento, direção das atividades de ensino, aprendizagem e avaliação. Obedece a uma direção, orientando-se para objetivos conscientemente definidos. Implica passos gradativos de acordo com critérios de idade e preparo dos alunos.

Conteúdos do saber escolar
São conhecimentos sistematizados, selecionados das bases das ciências e dos modos de ações acumulados pela experiência social da humanidade e organizados para serem ensinados na escola; são habilidades e hábitos, vinculados aos conhecimentos, incluindo métodos e procedimentos de aprendizagem e de estudo; são atitudes e convicções envolvendo modos de agir, de sentir e de enfrentar o mundo.

Capacidades cognoscitivas
São energias mentais disponíveis nos indivíduos, ativadas e desenvolvidas no processo de ensino, em estreita relação como os conhecimentos. Do complexo de capacidades cognoscitivas podemos destacar: a exercitação dos sentidos, a observação, a percepção, a compreensão, a generalização, o raciocínio, a memória, a linguagem, a motivação, a vontade.

O ensino tem um caráter bilateral em virtude de que combina a atividade do professor (ensinar) com a atividade do aluno (aprender).
E há uma interação de dois momentos indissociáveis: transmissão e assimilação ativa dos conhecimentos e habilidades.

Transmissão: o professor organiza os conteúdos e os torna didaticamente assimiláveis, provê as condições e os meios de aprendizagem, controla e avalia.

Assimilação: os alunos se apropriam de forma ativa e autônoma dos conhecimentos e habilidades.

A escola deve prover aos alunos conhecimentos sistematizados que contribuindo para o seu desenvolvimento intelectual, sejam úteis para a vida prática. Sem o domínio dos conhecimentos não se desenvolvem as capacidades intelectuais, não é possível a assimilação de conhecimentos de forma sólida e duradoura. Dizendo de outra maneira: na medida em que são assimilados conhecimentos, habilidades e hábitos, são desenvolvidas as capacidades cognoscitivas, indispensáveis para a independência de pensamento e do estudo ativo.

O processo de ensino é efetivado pelo trabalho docente, constitui de um sistema articulado de componentes que formam uma unidade, já que nenhum deles pode ser considerado isoladamente. Esses componentes são objetivos, conteúdos, métodos, (incluindo meios e formas organizativas), condições.

Os objetivos correspondem já a conteúdos (conhecimentos, habilidades, hábitos) e métodos de sua apropriação. Os conteúdos são selecionados de forma didaticamente assimiláveis, portanto, implicam métodos. Os métodos, por sua vez, subordinam-se aos conteúdos de cada matéria e ao mesmo tempo as características de aprendizagem dos alunos (conhecimentos e experiências que trazem, suas expectativas, seu nível de preparo para enfrentar a matéria e etc.). Além disso, o ensino é inseparável das condições concretas de cada situação didática: o meio sócio-cultural em que se localiza a escola, as atitudes do professor, os materiais didáticos disponíveis, as condições de vida, conhecimentos, habilidades atitudes dos alunos.

O professor dirige esse processo, sob condições concretas das situações didáticas (fatores ou condições especificas já existentes ou que cabe o professor criar), em cujo desenvolvimento se assegura assimilação ativa de conhecimentos habilidades, hábitos e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos.

O professor planeja, dirige e organiza, controla e avalia o ensino com endereço certo aprendizagem ativa do aluno, a relação cognitiva entre o aluno e a matéria de estudo.
Tarefas colocadas pelo professor (conteúdos, problemas, exercícios e etc.) e o nível de conhecimentos, de desenvolvimento mental e as atitudes frente ao estudo do aluno ajuda resolver a contradição entre ensino e aprendizagem, a detectar as dificuldades enfrentadas pelos alunos na assimilação ativa dos conteúdos e a encontrar os procedimentos para que eles próprios superem tais dificuldades progridam no desenvolvimento intelectual.

Colocação, pelo professor, de objetivos, conteúdos, problemas, dificuldades que sejam instigantes, significativos e compreensíveis para os alunos, de modo que estes possam mobilizar suas capacidades físicas e intelectuais para assimilação consciente e ativa dos conhecimentos.
O professor deve saber lançar pontes (ligações) entre tarefas escolares e as condições prévias dos alunos para enfrentá-las.

Ensino (condução do estudo) é a atividade do professor de organização, seleção e explicação dos conteúdos. A organização das atividades de estudo dos alunos, encaminha objetivos métodos, formas organizativas e meios mais adequados em função da aprendizagem dos alunos. O envolvimento do aluno no estudo ativo (auto-atividade do aluno) depende de que o ensino seja organizado de tal forma que as “dificuldades” (na formas de perguntas, problemas, tarefas etc.) tornem-se problemas subjetivos na mente do aluno, provoquem nele uma “tensão” e a vontade de superá-las.

A aprendizagem é a atividade do aluno de assimilação de conhecimentos e habilidades.
Valor didático da dificuldade
A dificuldade possibilita ativação e o direcionamento das forças intelectuais, ou seja, um meio para avançar na compreensão e assimilação da matéria.
São requisitos necessários para a assimilação da matéria pelo aluno:
· Ligação do conhecimento novo com o já existente na cabeça dos alunos;
· Solidez dos conhecimentos anteriormente assimilados como base para enfrentar o conhecimento novo;
· Constante verificação do progresso alcançado;
· Constante revisão e exercitação dos conhecimentos e habilidades.

Fonte: LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção magistério 2° grau. Série formação do professor).



6 comentários:

  1. Embora este discurso "bonito" , mas como aprimorar o processo de ensino & aprendizagem, bilateral i. e. professor & aluno com os "magros"salários pagos? e a baixa formação acadêmica!
    Proponho: auto-estudo e muita leitura! Amauri B.

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    1. Tens Razão. Porque ser autodidata ajudamos a ter conhecimentos que não esta no modelo de padrão de plano de aulas

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  2. Não está em discussão aqui a relação salário do professor x aprendizagem do aluno. Esse texto apenas explica como acontece o processo de ensino/aprendizagem. São assuntos explicado didaticamente com intuito de ajudar professores que atuam em disciplinas pedagógicas em cursos de Pedagogia e Curso Normal. A discussão sobre nossos salários e formação acadêmica deve acontecer sem dúvida só que não é o propósito desta postagem. O Blog Profissão Professor agradece a sua visita.

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    1. Claudia,
      Ainda assim o "processo" é o tradicional e não contempla a evidência experimental publicada nos últimos anos! Refiro-me como ensinar ciências [educação em ciência emergente] onde publiquei artigos colhendo a opinião do aluno como subsídio para o ensino adequado e não repetitivo do que já está no livro texto. Confirmo que não adianta explicar como se dá o "processo" se o prof. não tem boa formação acadêmica! Como se aprende? Talvez a neurociência educacional possa dar pistas. Ignore minha colocação sobre salários. Se tiver interesse em nossos artigos, peça! troca de ideias educacionais [41 9147-4865], palestra de cortesia " iniciação em ciências na educação infantil [solicitar] Att. Amauri/UFPR Curitiba

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  3. Obrigada pela dica, esclarecendo o Texto não é meu, mas de Libâneo, leia os livros dele vale muito apena para quem é formador de professores. Não sei exatamente o que você faz na área de educacional, mas saiba que a sala de aula é muito mais do que pensamos do quando estamos fora dela. Eu sei que muita coisa mudou e que realmente precisamos nos atualizar, mas sei também como formadora de professores que não devemos descartar nada para ensinar e aprender. ou seja para ensinar devemos lançar mão de tudo! Já alfabetizou um aluno? Onde todos os recursos se esgotaram para que este aluno aprenda? Olha é gratificante ver que seu aluno conseguiu aprender a ler depois de vários anos repetindo a mesma série. E que finalmente a mistura de vários métodos e recursos que você utilizou inclusive o tradicional deu certo.

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  4. Entendo, mas como sita o Libâneo, acho que endossa o que ele disse; já formei/e formo professores desde a creche ao nível universitário e portanto tenho sobeja experiência de sala de aula, i. e. dos dois lados do balcão! Louvo o seu trabalho meritório na alfabetização e precisamos pessoas desprendidas como vc.; é para salvar o Brasil! Vejo que gosta de discutir, mas sou mais reservado e me expresso por minhas publicações e palestras. Um grande abraço e continue assim! Do seu sempre amigo, Amauri

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