Eixo temático: História da alfabetização: Tradição e ruptura
Objetivos: conceituar os diferentes métodos de alfabetização
e suas implicações para o processo ensino-aprendizagem.
Método de
alfabetização: sintético
Os métodos sintético é mais antigo, pois parte do
aprendizado do nome das letras que devem ser soletrada pelo o aprendiz, ou seja
consiste em dizer todas as letras das sílabas para pronunciá-las e assim seguir
até ler toda palavra.
Os métodos de marcha sintética dividem-se em:
a) alfabético: o aluno aprende as letras isoladamente, liga
as consoantes as vogais, formando silabas; reúne as sílabas para formar as
palavras e chega ao todo ao todo (texto);
b) fonético ou fônico: o aluno parte do som das letras, une
o som da consoante ao som da vogal, pronunciando a sílaba formada;
c) silábico: o aluno parte das sílabas para formar as
palavras.
Tais métodos privilegiam os processos de decodificação, as
relações entre fonemas ( sons ou unidades sonoras) e grafemas ( letras ou grupos de letras)
RELAÇÃO FALA/ESCRITA essencialmente fonêmica Exemplos:
[profe’sor] professor (7 sons; 9 letras) [‘taksi] táxi (5 sons; 4 letras)
Os métodos sintético quando utilizado de forma exclusiva
apresentam limitações: não exploram as complexas relações entre fala e escrita,
suas semelhanças e diferenças, além disso pela ênfase que atribui a
decodificação, resulta quase sempre em proposta que descontextualizam a
escrita, seus usos e funções sociais, criando situações artificiais de mero
treinamento de letras, fonemas ou sílabas. Os métodos sintético levam o aluno a
perceber partes isoladas, sem significados, truncando sua percepção e
compreensão.
Métodos de
alfabetização: Analíticos
Historicamente,
os métodos analíticos já eram desenvolvidos no exterior desde o século XVII, mas
no Brasil somente começaram ser utilizados no final do século XIX, sob influência
europeia e americana, dentro de um processo de oposição ao método
sintético oposição que se efetiva realmente no início do século XIX, Decroly.
Os processos
de ordem analítica conceberam a como um ato global e ideovisual, partem das
unidades maiores para as menores, pela análise e decomposição. Leitura e
escrita são trabalhadas a ordem de decomposição progressiva do material, a
partir, portanto de todos os gráficos, ou seja, sentenças ou palavras. Os passos
do processo devem ser percorridos em sentido contrários ao métodos sintéticos.
Dessa abordagem
decorrem os seguintes métodos:
a)
palavração ou de “palavras normais”: criados pelos professores Kramer e Vogel em
1843, a aprendizagem parte do todo com palavras concretas e significativas
retirada de uma história, conversa, desenhos, cantigas, dramatização, hora da
novidade. Decroly aperfeiçoou o processo associando palavra a gravura
correspondente;
b)
ideovisual, ideográfico ou de palavras-tipo: criado por Decloly em 1936, na Bélgica,
parte de uma motivação (desenho, história, verso etc.) e apresenta a palavra
ligada ao desenho. Esse processo evoluiu para palavração e palavras progressivas;
c)
sentenciação: liderado pelo abade Randovilliers e por Nicolas Adan ( século
VIII) e por Joseph (século XIX), o ensino desse processo teve início na Europa
e nos EUA, porém as ideias desses precursores não vingaram em seu tempo,
somente no início do século XIX ficou definitivamente comprovada a eficiência da
aprendizagem da leitura por meio da globalização, pois nessa época houve um
avanço da psicologia, principalmente da psicologia da forma Gestalt e das experiências
do movimento da Escola Nova;
d) conto:
criado pela educadora Margarida Mc- Closkey (século XIX), utiliza materiais
didáticos que trazem uma sequência de contos, com sentidos complementares, para
ser trabalhado ao longo do ano. Tem como principais objetivos de desenvolver no
aluno a capacidade de compreensão, além de treiná-lo na habilidade de antecipar
e seguir sequências de ideias, relacioná-las entre si e memoriza-las.
Os argumentos
usados pelos adeptos dos processos analíticos para se contrapor os já
tradicionais processos sintéticos eram a desconsideração do primeiro pelo
significado do texto no início da aprendizagem e a ideia de que a palavra (e
não seus componentes) é que poderia ser mais facilmente reconhecida.
Método analítico-sintético
Manifestou-se no Brasil, em 1920 uma verdadeira batalha
entre os defensores do método sintético e os partidários do método analítico,
provocando acirrados debates, tendo havido até tentativas de se estabelecer a
obrigatoriedade do método analítico, considerado superior pelos educadores de
ponta. Dessa discussão resultou o estabelecimento da liberdade de cátedra nas
escolas quanto a escolha do método do ensino da leitura e da escrita a ser
adotado.
O chamado método analítico-sintético uni as orientações dos
dois métodos, pois utiliza analise é síntese; ao contrário dos outros que são
analíticos ou sintéticos, o método é considerado global, porque parte de um
todo, mas segue os passos do método sintético: som, sílabas, palavras e frases.
Pode considerar que houve apenas uma inversão, pois eles têm
muito em comum, ambos são demarcados pela memorização e mecanização, veem a
criança como seres sem conhecimento externo, simplesmente cérebros onde são
depositados letras, sílabas, palavras, o que termina por limitar a leitura, a
escrita e a interpretação de textos que possuam caráter funcional e uso social
na sociedade.
Os métodos tradicionalistas estão voltados para o “como se
ensina” reside no fato de que a ênfase é toda colocada nas habilidade
perceptivas do aprendiz, deixando de lado suas capacidades cognoscitivas. A implantação
desses métodos se deu por meio de diversos materiais. Um que teve maior sucesso
foi o das cartilhas.
Pesquisar sobre: história das cartilhas de alfabetização. Trazer
a pesquisa para discussão na próxima aula.
Fonte:
Revista Viver Mente e Cérebro www.vivermentecerebro.com.br