A história da educação nos mostra que os romanos organizavam
os conteúdos do seu currículo em três componentes: a gramática, a retórica e a
dialética, nos quais consistia o trivium.
Essas disciplinas tinham como objetivos ler e escrever com correção e
discursar com clareza e argumentar sobre temas diversos. A necessidade de
quadros para as tarefas mais elaboradas demandavam uma formação mais profunda
de caráter científico. As disciplinas do currículo eram agrupadas em aritmética,
música, geometria e astronomia, constituindo o quadriviun na Idade Média o quariviun era praticado nos mosteiros e
forma a elite responsável pelo Império Romano.
Com a descobertas de novas terras, novos povos, nova
natureza, surge a necessidade de um maior números de indivíduos capazes de
lidar com os novos meios de produção, com economia e com a gestão de sociedades
capazes de assim de assimilar o
pensamento novo que gerou a partir dos descobrimentos e de suas consequências
sociais, políticas e econômicas. A educação não podia ficar restrita as elites.
Havia a necessidade de recursos humanos mais bem preparados. O currículo exigia
uma ampliação de habilidades e conteúdos. Surgiu, então, necessidade de
técnicas para ministrar um ensino variado a toda população, é nesse contexto
que nasce a didática moderna do século VII. A obra clássica dessa didática é a
Didática Magma de autoria do teólogo Comenius (1592/1670) dizia que tudo pode
ser ensinado a todos. E que os ensinamentos tinham um caráter de universalidade.
As técnicas para lograr essa educação universal, estão até hoje presente na
prática educacional.
As condições sociais e econômicas que haviam levado ao o
novo sistema educacional europeu sofrerma grandes transformações nos séculos
seguintes. A visão de mundo se modificou-se sobre tudo graças a três grandes
revoluções do final do século VIII: a Revolução Industrial com patente da
máquina a vapor 1769 por James Watt, a Revolução Americana; e revolução
Francesa em 1789.
O estudo sobre o currículo surge nos Estados Unidos com o
livro The curriculum de Bobbitt. O
livro de Bobbitt é escrito num momento crucial da história da educação estado
unidense, num momento em que diferentes forças econômicas, políticas e
culturais procuram moldar os objetivos e as formas de educação massa e suas
diferentes participações na sociedade. Esse
pensamento sobre o currículo influencia grande parte do mundo inclusive o
Brasil. É nesse momento que se tenta responder as questões cruciais sobre
finalidades e os contornos da escolarização de massa. Quais os objetivos da educação
escolarizada: formar o trabalhador especializado ou proporcionar uma educação
geral, acadêmica, à população? O que se deve ensinar: as habilidades básicas de
escrever, ler e contar; as disciplinas acadêmicas humanísticas; as disciplinas
científicas; as habilidades práticas necessárias para as ocupações
profissionais? A finalidade da educação nesse contexto apela pela exigência de
vida laboral e o currículo resume-se a uma dimensão técnica. Nos anos de 1960 a
tendência tecnicista aparece com força e controla o currículo que se opõe ao
currículo humanista que havia dominado a educação desde sua
institucionalização. Tal como o modelo de Bobbitt, o currículo desenvolvido por
Tyler, seu contemporâneo também era uma questão de técnica. A organização e o
desenvolvimento do currículo nesses moldes devem procurar responder, de acordo
com Tyler, a quatro questões básicas: 1- Que objetivos educacionais devem a
escola procurar atingir? 2- Que experiências educacionais podem ser oferecidas
que tenham probabilidade de alcançar esses propósitos? 3-Como organizar
eficientemente as experiências educacionais? 4- Como podemos ter certeza que
esses objetivos estão sendo alcançados? As quatro perguntas de Tyler
correspondem à divisão tradicional da atividade educacional: currículo (1),
“ensino e instrução” (2 e 3) e avaliação (4).
As teorias do
currículo
Os modelos tradicionais de currículo restringiam-se a
atividade técnica de como fazer o
currículo. As teorias críticas sobre o currículo, em contraste, começam pôr em
questão precisamente os pressupostos dos presentes arranjos sociais tem sua
razão de ser sustentada pelos modelos de currículos tradicionais. As teorias
tradicionais eram teorias de aceitação, ajuste e adaptação. As teorias críticas
são teorias de desconfiança, questionamento e transformação radical. Para
teorias criticas o importante não é desenvolver técnicas de como fazer o currículo, mas desenvolver
conceitos que nos permitam compreender o que o currículo faz.
As teorias
tradicionais do currículo
Ensino, organização, aprendizagem, planejamento, avaliação,
eficiência, metodologia, didática, objetivo.
Teorias críticas
Ideologia, reprodução social e cultural, poder, classe
social, capitalismo, relações sociais de produção, conscientização, emancipação
e libertação, currículo oculto, resistência.
Teorias pós-críticas
Identidade, alteridade, diferença, subjetividade,
significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, raça,
etnia, sexualidade, multiculturalismo.