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sábado, 17 de outubro de 2015

Métodos de Alfabetização Sintético e Analítico

Eixo temático:  História da alfabetização: Tradição e ruptura
Objetivos: conceituar os diferentes métodos de alfabetização e suas implicações para o processo ensino-aprendizagem.

 Método de alfabetização: sintético  
Os métodos sintético é mais antigo, pois parte do aprendizado do nome das letras que devem ser soletrada pelo o aprendiz, ou seja consiste em dizer todas as letras das sílabas para pronunciá-las e assim seguir até ler toda palavra.
Os métodos de marcha sintética dividem-se em:
a) alfabético: o aluno aprende as letras isoladamente, liga as consoantes as vogais, formando silabas; reúne as sílabas para formar as palavras e chega ao todo ao todo (texto);
b) fonético ou fônico: o aluno parte do som das letras, une o som da consoante ao som da vogal, pronunciando a sílaba formada;
c) silábico: o aluno parte das sílabas para formar as palavras.
Tais métodos privilegiam os processos de decodificação, as relações entre fonemas ( sons ou unidades sonoras) e grafemas  ( letras ou grupos de letras)
RELAÇÃO FALA/ESCRITA essencialmente fonêmica Exemplos: [profe’sor] professor (7 sons; 9 letras) [‘taksi] táxi (5 sons; 4 letras)

Os métodos sintético quando utilizado de forma exclusiva apresentam limitações: não exploram as complexas relações entre fala e escrita, suas semelhanças e diferenças, além disso pela ênfase que atribui a decodificação, resulta quase sempre em proposta que descontextualizam a escrita, seus usos e funções sociais, criando situações artificiais de mero treinamento de letras, fonemas ou sílabas. Os métodos sintético levam o aluno a perceber partes isoladas, sem significados, truncando sua percepção e compreensão.

Métodos de alfabetização: Analíticos   
Historicamente, os métodos analíticos já eram desenvolvidos no exterior desde o século XVII, mas no Brasil somente começaram ser utilizados no final do século XIX, sob influência europeia e americana, dentro de um processo de oposição ao método sintético oposição que se efetiva realmente no início do século XIX, Decroly.
Os processos de ordem analítica conceberam a como um ato global e ideovisual, partem das unidades maiores para as menores, pela análise e decomposição. Leitura e escrita são trabalhadas a ordem de decomposição progressiva do material, a partir, portanto de todos os gráficos, ou seja, sentenças ou palavras. Os passos do processo devem ser percorridos em sentido contrários ao métodos sintéticos.
Dessa abordagem decorrem os seguintes métodos:
a) palavração ou de “palavras normais”: criados pelos professores Kramer e Vogel em 1843, a aprendizagem parte do todo com palavras concretas e significativas retirada de uma história, conversa, desenhos, cantigas, dramatização, hora da novidade. Decroly aperfeiçoou o processo associando palavra a gravura correspondente;
b) ideovisual, ideográfico ou de palavras-tipo: criado por Decloly em 1936, na Bélgica, parte de uma motivação (desenho, história, verso etc.) e apresenta a palavra ligada ao desenho. Esse processo evoluiu para palavração e palavras progressivas;
c) sentenciação: liderado pelo abade Randovilliers e por Nicolas Adan ( século VIII) e por Joseph (século XIX), o ensino desse processo teve início na Europa e nos EUA, porém as ideias desses precursores não vingaram em seu tempo, somente no início do século XIX ficou definitivamente comprovada a eficiência da aprendizagem da leitura por meio da globalização, pois nessa época houve um avanço da psicologia, principalmente da psicologia da forma Gestalt e das experiências do movimento da Escola Nova;
d) conto: criado pela educadora Margarida Mc- Closkey (século XIX), utiliza materiais didáticos que trazem uma sequência de contos, com sentidos complementares, para ser trabalhado ao longo do ano. Tem como principais objetivos de desenvolver no aluno a capacidade de compreensão, além de treiná-lo na habilidade de antecipar e seguir sequências de ideias, relacioná-las entre si e memoriza-las.
Os argumentos usados pelos adeptos dos processos analíticos para se contrapor os já tradicionais processos sintéticos eram a desconsideração do primeiro pelo significado do texto no início da aprendizagem e a ideia de que a palavra (e não seus componentes) é que poderia ser mais facilmente reconhecida.

Método analítico-sintético
Manifestou-se no Brasil, em 1920 uma verdadeira batalha entre os defensores do método sintético e os partidários do método analítico, provocando acirrados debates, tendo havido até tentativas de se estabelecer a obrigatoriedade do método analítico, considerado superior pelos educadores de ponta. Dessa discussão resultou o estabelecimento da liberdade de cátedra nas escolas quanto a escolha do método do ensino da leitura e da escrita a ser adotado.
O chamado método analítico-sintético uni as orientações dos dois métodos, pois utiliza analise é síntese; ao contrário dos outros que são analíticos ou sintéticos, o método é considerado global, porque parte de um todo, mas segue os passos do método sintético: som, sílabas, palavras e frases.
Pode considerar que houve apenas uma inversão, pois eles têm muito em comum, ambos são demarcados pela memorização e mecanização, veem a criança como seres sem conhecimento externo, simplesmente cérebros onde são depositados letras, sílabas, palavras, o que termina por limitar a leitura, a escrita e a interpretação de textos que possuam caráter funcional e uso social na sociedade.
Os métodos tradicionalistas estão voltados para o “como se ensina” reside no fato de que a ênfase é toda colocada nas habilidade perceptivas do aprendiz, deixando de lado suas capacidades cognoscitivas. A implantação desses métodos se deu por meio de diversos materiais. Um que teve maior sucesso foi o das cartilhas.

Pesquisar sobre: história das cartilhas de alfabetização. Trazer a pesquisa para discussão na próxima aula.       

Fonte: Revista Viver Mente e Cérebro  www.vivermentecerebro.com.br