GOVERNO DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
SECRETARIA DE
ESTADO DE EDUCAÇÃO
COLÉGIO ESTADUAL
ALCINDO GUANABARA
CURSO DE FORMAÇÃO
DE PROFESSORES
O
ALUNO DE INCLUSÃO E O DESPREPARO DA ESCOLA NA TAREFA DE ENSINAR
Professora responsável: Cláudia de Queiroz Corrêa
Realização
da pesquisa: turma 3003 Curso de Formação de Professores
RJ, NOVEMBRO DE 2015
SUMÁRIO
1-
INTRODUÇÃO.......................................................................3
2- As leis
que amparam o aluno de inclusão.............................5
3- Público
alvo da inclusão e suas especificidades....................7
4-
Diversidade e escola ............................................................10
5- O
despreparo da escola para ensinar o aluno de inclusão...13
6- CONCLUSÃO........................................................................19
7-
BIBLIOGRAFIA......................................................................21
1-INTRODUÇÃO
Nesta Pesquisa abordaremos o tema
"O aluno de inclusão e o despreparo da escola em sua tarefa de
ensinar." O foco da pesquisa foi a busca por respostas sobre o grande
desafio da escola em ensinar as crianças com deficiência na rede pública de
ensino.
A educação inclusiva é um direito que
deve ser respeitado por todos os sistemas educacionais, e isto significa que
todos sem distinção têm o direito de estudar numa escola que seja realmente
inclusiva. Incluir não se restringe apenas em matricular o aluno com
necessidades especiais no ensino regular, mas sim dá oportunidades iguais para
todos aprenderem. O problema de pesquisa originou-se das observações feitas no
campo de estágio, onde observarmos uma grande dificuldade dos professores em
ensinar os alunos de inclusão e nos fez refletir sobre o despreparo da escola
pública para ensinar o aluno da educação especial.
Diante disso,
observamos que os professores se encontram despreparados e desmotivados para
desempenhar sua função de ensinar. Esta pesquisa tem por objetivos gerais: analisar
os problemas estruturais e pedagógicos da escola em relação ao aluno de inclusão.
Avaliar as condições de ensino/aprendizado dos alunos da Educação Especial.Os
objetivos específicos são: Identificar os problemas apresentados pela escola em
relação ao ensino dos alunos de inclusão. Levantar questões sobre O despreparo
da escola apresentando possíveis soluções.
A
pesquisa do tema: “O aluno de inclusão e o despreparo da escola em sua tarefa e
ensinar” se justifica por se tratar de uma realidade muito presente, hoje, o
despreparo das escolas em receber os alunos de inclusão. A maioria das escolas não possuem recursos
suficientes nem matérias didáticos/ pedagógicos para aprendizagem desses alunos
inclusos, além de professores sem preparo algum para lidar com eles.
A pesquisa nos ajudou a buscar
respostas para esse problema a fim de confirmar nossas hipóteses. A pesquisa
desse tema nos proporcionou respostas mais amplas para que possamos refletir
sobre o tema a luz da legislação que ampara o direito do aluno com necessidades
educacionais especiais que está no segundo capítulo. No terceiro capítulo
aborda o público-alvo da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e suas especificidades. No quarto
capítulo descreve-se a diversidade na escola e a importância da integração de
todos alunos neste espaço. No quinto capítulo é um estudo feito nas escolas M.G e fala sobre o despreparo da escola na tarefa de ensinar o aluno de inclusão. Até que
ponto a escola está cumprindo seu papel.
2- As
leis que amparam o aluno de inclusão
Nesse trabalho iremos conhecer as leis
que amparam o aluno de inclusão que estão previstas nas Leis de Diretrizes e
Bases (LDB) 9394/96, Constituição Federal e Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Onde as mesmas asseguram aos alunos, direitos e como a
escola deverá agir quando recebe um aluno nessas condições.
A inclusão é um direito garantido por
lei, muitas escolas dizem ser inclusivas, porém é nítido o despreparo das
mesmas. Abaixo seguem algumas das leis que amparam o aluno de inclusão, tendo
assim, o direito de exercê-las.
Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e
Bases) no artigo 3, inciso I, diz que a criança e o adolescente tem o direito
ao acesso e permanência na escola, que de fato é extremamente importante para
que a inclusão aconteça nas escolas regulares.
Nas Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial a Educação Básica deve: desenvolver competências para
identificar as necessidades educacionais especiais, apoiar o professor da
classe comum, definir e implementar respostas educativas a estas necessidades,
atuar nos processos de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos, desenvolvendo
estratégias de flexibilização, adaptação curricular e práticas pedagógicas
alternativas.
É previsto na Constituição Federal, no
artigo 208, inciso III o “atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.”. Assim o aluno desenvolverá melhor a sua
socialização com as demais pessoas que o rodeiam.
Baseado no ECA (Estatuto
da Criança e do Adolescente) todas as crianças e adolescentes, inclusive alunos
de inclusão, tem o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer. Também
consta no Estatuto (ECA), capítulo |V, artigo 54, inciso |||, a obrigatoriedade
ao aluno portador de deficiência a matrícula, preferencialmente na rede regular
de ensino.
São
diversas as leis que amparam o aluno de inclusão, porém não basta estarem
somente no papel, as escolas devem agir conforme estão previstas as leis
descritas acima e quebrar cada vez mais esse estereótipo de que o aluno com
necessidades especiais são menos capacitados para cumprirem determinadas
tarefas em sua vida.
A ausência de materiais adaptados
acaba dificultando o trabalho do professor com o aluno de inclusão, deverá
também sempre persistir na relação escola/família para o melhor aproveitamento
do aluno.
Observamos, durante os estágios, que as escolas da rede Municipal de G./RJ tem algumas dificuldades em cumprir as leis que amparam o aluno de inclusão, pois há ausência de recursos e a falta de capacitação dos professores para lidar com esses alunos, dificultando assim o processo de aprendizagem e até mesmo o processo de socialização.
Observamos, durante os estágios, que as escolas da rede Municipal de G./RJ tem algumas dificuldades em cumprir as leis que amparam o aluno de inclusão, pois há ausência de recursos e a falta de capacitação dos professores para lidar com esses alunos, dificultando assim o processo de aprendizagem e até mesmo o processo de socialização.
Segundo a LDB (Leis de
Diretrizes e Bases), o aluno da educação especial precisa estar matriculado em
uma rede regular de ensino para se socializar e aprender como os colegas de
turma, mas na verdade, o que vemos, muitas vezes, e que o próprio professor segrega
o aluno deficiente de seus colegas não preparando atividades que envolvam todos
da turma. Podemos concluir que quando a escola não cumpre seu papel de ensinar
e socializar esses alunos não está cumprindo as leis que amparam esses alunos.
3- PÚBLICO-ALVO DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUAS ESPECIFICIDADES
Alunos com deficiência e os demais,
que são público-alvo da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, precisam ser atendidos nas suas especificidades,
para que possam participar, ativamente do ensino comum. A Educação Especial se
destina aos alunos com deficiência física, deficiência mental, alunos com
surdez, cegueira, baixa visão, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades.
Nas observações feitas nos estágios
nas escolas municipais de G./RJ e estudos feitos através da pesquisa
exploratória sobre o tema, percebemos a importância da intervenção adequada do
professor, para criar condições favoráveis para a aprendizagem da criança que
apresenta alguma deficiência. Observamos que a participação e a interação em
conjunto com os colegas é importante para o desenvolvimento do aluno da
educação especial. Diante disso, é
tarefa do professor, frente à diversidade encontrada na sala de aula, ajudar o
aluno com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, altas
habilidades a descobrir o seu jeito de lidar com o conhecimento, tendo
sempre em mente que cada sujeito aprende de uma forma única e no seu tempo.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva (de janeiro de 2008), afirma que a Educação Especial deve
oferecer o Atendimento Educacional Especializado às necessidades educacionais
especiais dos alunos com: deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação.
Nas Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o
Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, instituídas com base
na Constituição Federal de 1988; na Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva de janeiro de 2008; no Decreto Legislativo nº
186 de julho de 2008 e no Decreto nº 6.571 de 18 de setembro de 2008, que
dispõe sobre o AEE, consta o seguinte acerca do público-alvo desse atendimento:
1- Alunos com Deficiência: “aqueles que têm impedimentos
de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais,
em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” (p.2).
Portanto, são os alunos com deficiência mental, deficiência física, surdez,
deficiência auditiva, cegueira, baixa visão, surdo cegueira ou deficiência
múltipla.
2- Alunos com Transtornos Globais do Desenvolvimento: “aqueles
que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotora,
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.
Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger,
síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e
transtornos invasivos em outra especificação” (p.2).
3- Alunos com altas habilidades/superdotação: “aqueles
que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do
conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança.
Podemos perceber através dessas definições que as políticas nacionais de
Educação Especial deixam claro quais alunos serão atendidos por essa modalidade
de ensino.
Se o aluno apresentar necessidade específica, decorrente
de suas características ou condições, poderá requerer, além dos princípios
comuns da Educação na diversidade, recursos diferenciados identificados como
necessidades educacionais especiais (NEE). O estudante poderá beneficiar-se dos
apoios de caráter especializado, como o ensino de linguagens e códigos
específicos de comunicação e sinalização, no caso da deficiência visual e
auditiva; mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, no caso
da deficiência intelectual; adaptações do material e do ambiente físico, no
caso da deficiência física; estratégias diferenciadas para adaptação e
regulação do comportamento, no caso do transtorno global; ampliação dos
recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para altas habilidades.
A Educação inclusiva tem sido um caminho importante para
se trabalhar a diversidade mediante a construção de uma escola que ofereça uma proposta
inclusiva e que atenda às necessidades de cada um, principalmente àqueles que
correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação na sala de
aula.
Conforme disposto no Decreto N° 7. 611/2011: “Art.
1º - O dever do Estado com a educação das pessoas público alvo da educação
especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes: I - garantia de
um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com
base na igualdade de oportunidades; II - aprendizado ao longo de toda a vida;
III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência; IV
- garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações
razoáveis de acordo com as necessidades individuais; V - oferta de apoio
necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua
efetiva educação; VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas,
em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com
a meta de inclusão plena; VII - oferta de educação especial preferencialmente
na rede regular de ensino
Podemos concluir com esta pesquisa que o trabalho de
inclusão nas escolas deve ser priorizado levando em consideração as ncessidades
desse público-alvo da educação inclusiva citado anteriormente. É preciso fazer
valer os direitos adquiridos aos portadores de necessidades especiais. Incluir
os alunos com NEE em todos os segmentos é uma forma de aceitá-los como eles
são. Não importa que tipo de deficiência eles carreguem, o importante é dar a
eles oportunidades para que se sintam valorizados. Nesta pesquisa científica
foi possível perceber que ainda falta mudanças na escola, como a adaptação de
seus currículos e preparo por parte dos professores para ensinar os alunos NEE.
Deve haver uma ação pedagógica eficaz, trazendo com isso, melhores condições
para que a inclusão seja motivo para romper barreiras.
4- Diversidade e escola
Antes
de começarmos a relatar sobre as observações feitas na escolas afim de
pesquisar sobre o tema do nosso capítulo, buscamos a definição de diversidade que segundo o dicionário: é a qualidade daquilo que é diverso, diferente,
variado; variedade; conjunto variado; multiplicidade. Na escola não pode ser
diferente pois encontramos diversidade de pensamentos, de jeito de ser, de
viver, enfim, pessoas diferentes que precisam conviver num mesmo espaço.
Com base nas observaçoes feitas nos estágios, podemos relatar que a diversidade de alunos com algum tipo deficiência e bastante variada. Observamos em algumas turmas que os alunos e os professores fazem com que os alunos da educação especial não se sintam excluídos pela sua necessidade e podendo aprender e conviver com os colegas, pois compreender a diversidade existe, nada mais é que aprender a aceitar quem é diferente que:
constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos olhos, quanto ao gênero e à sua orientação sexual, com referência às origens familiares e regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito à diferença; o direito de ser, sendo diferente (,FERREIRA e GUIMARÃES 2003, p. 37).
Com base nas observaçoes feitas nos estágios, podemos relatar que a diversidade de alunos com algum tipo deficiência e bastante variada. Observamos em algumas turmas que os alunos e os professores fazem com que os alunos da educação especial não se sintam excluídos pela sua necessidade e podendo aprender e conviver com os colegas, pois compreender a diversidade existe, nada mais é que aprender a aceitar quem é diferente que:
constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos olhos, quanto ao gênero e à sua orientação sexual, com referência às origens familiares e regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito à diferença; o direito de ser, sendo diferente (,FERREIRA e GUIMARÃES 2003, p. 37).
No que se refere a educação esse direito é de TODOS, eles precisam estar nesse convívio, que acarretam de coisas boas que é poder estar no convívio social de seus colegas de classe. As diretrizes curriculares da SEED faz um reforço quanto a isso:
“É a preocupação da escola com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural existente que lhe garante ser reconhecida como instituição voltada, indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos (...) o grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos”(PARANÁ, 2005).
O aluno especial quando se encontra no ensino regular, tende a passar por diversas situações como: aceitação dos demais colegas, adaptação ao ambiente escolar e o convívio social. Esses são os principais fatores e segundo o que observamos, alguns alunos tem acompanhantes e outros não, isso dificulta um melhor aprendizado destes alunos, geralmente, sobrecarrega o professor da turma. Este que faz com que o aluno corresponda aos objetivos feitos para cada atividade, isso é bem difícil, pois a professora tem que ajustar as atividades de forma que o aluno consiga aprender.
O grande problema da escola hoje é a falta de estrutura e recursos para atender esses alunos, pois seria bom ter uma sala de recursos, projetos que trabalhem a diversidade e materiais didáticos que são necessários para que o aprendizado aconteça. Sem um acompanhamento individual o aluno incluso não faz as atividades, o que prejudica o seu desenvolvimento. Na turma observada por nós a professora da turma pede para que os coleguinhas ajudem o aluno incluso a realizar a tarefa, sempre reforçando que ele pode sim fazer a atividade proposta com a ajuda de seus colegas.
Deste modo o aluno nunca vai se sentir excluído e sim sendo um bom amigo com os demais. As atividades diversificadas feitas com esse alunos estão sempre se adequando a sua melhor forma para execução.
É incrível ver como se sentem, os seu olhos brilham ao saber que podem estar ali socializando com os colegas. Sua forma de pensar já não é a que tinha antes inferior aos outros, e, sim de saber e estar aprendendo várias coisas, tendo grandes experiências de vida.
Toda a escola fica feliz ao ver que em meio a todas essas diversidades nenhum obstáculo foi capaz de envergonhar aqueles que mesmos com suas necessidades especiais são incluídos de uma forma especial a cada turma e de modo geral beneficia a todos trazendo uma grande experiência para os profissionais da escola e para os coleguinhas da classe onde situa-se.
A diversidade no ensino regular deverá ser capaz de integrar todos os tipos de pessoas.
5- O
despreparo da escola para ensinar o aluno de inclusão
Cada
vez mais, é comum encontrarmos pessoas buscando para seus filhos que tenha
algum tipo deficiência as melhores condições de vida possíveis e a educação é
meio para que essas pessoas se sintam parte da sociedade. No entanto, há um
agravante nesta busca: escolas que ofereçam as condições ideais de estudo para
uma criança ou adolescente com necessidades especiais. As discussões sobre inclusão trazem à tona o
despreparo da escola na tarefa de ensinar o aluno de inclusão, até que ponto a
escola está cumprindo seu papel. E se não está? Que tipo de entrave impede a
inclusão aconteça de fato?
Durante
os estágios do curso de formação de professores nas escolas da rede municipais de G./RJ, tivemos a oportunidade de observar os alunos de inclusão nas
turmas regulares e ficou claro que as escolas, em geral, não oferecem as
condições ideais para atender alunos com deficiência. A começar pela estrutura,
na entrada não existe rampa, nem mesmo nas salas de aulas e banheiros. Não
existem corrimãos ou sinalização tátil em nenhuma das paredes das escolas. Não
existem nenhum tipo de aparelho facilitador para um aluno com deficiência
visual e auditiva. Os vasos sanitários, pias, cadeiras e mesas não são
adaptadas. Além disso, muitas das portas não tem largura suficiente para a
passagem de cadeiras de rodas.
Além
das instalações, a grande maioria dos diretores, secretários e outros
funcionários das escolas, não estão devidamente preparados para atender esses
alunos, pois observamos durante as entrevistas realizadas nas escolas que
houveram reclamações quanto a estrutura dos prédios escolares em relação
acessibilidade, inexistência da sala de recursos, professores especializados e
capacitação de professores da sala regular e cuidadores da instituição possam
atender melhor esses alunos. Observamos que não existem discussões entre
secretaria de educação e as escolas para que haja reformas e melhorias nas
propostas de inclusão. Segue as entrevistas com os diretores:
Diretor 1:
Em relação à estrutura
física da escola:
Como está estruturado o
espaço físico da escola em relação acessibilidade?
Um tanto precária, porém tem um banheiro acessível e rampas.
A escola
passou por alguma mudança de espaço físico para receber alunos da Educação
Especial?
Não. Quando foi construída possuía uma acessibilidade precária
Em relação à estrutura
pedagógica:
A escola possui sala de
recursos multifuncionais e profissional especializado para atuar neste espaço?
Não. Há uma grande necessidade desses recursos.
Há disponibilidade de
materiais e recursos adaptáveis para professores e alunos?
Não.
Os
professores que trabalham na escola recebem alguma capacitação pedagógica para
trabalhar com o aluno da Educação Especial?
Também
não. Essa inclusão deixa bastante a desejar.
A escola
realiza projetos permanentes para a conscientização da diversidade na escola?
Poucos.
Abordamos dentro dos nomes projetos vigentes.
Em seu
ponto de vista quais são os desafios enfrentados pela escola na construção de
uma proposta de educação inclusiva?
.
Estrutura física da escola;
. Capacitação
de todo o corpo da escola;
. Necessidade de acompanhamento e apoio de outros profissionais;
. Apoio da
S.N.E
Diretor 2:
Como funciona o espaço fisico da escola em relaçâo
acessibilidade?
A escola está em condições de
receber os alunos com necessidades especiais no que diz respeito ao espaço
fisico pois as portas das salas não são estreitas, temos rampas de acesso na
entrada e temos um banheiro adaptado para alunos com necessidades especiais.
A escola passou por alguma mudançado espaço fisico
para receber alunos da educação especial?
Sim, o banheiro adaptado foi
construido com o intuito de melhor atendermos esses alunos.
Em relação á estrutura pedagógica:
A escola possui sala de recursos multifuncionais e
profissional especializado para atura neste espaço?
Não possui sala de recursos
multifuncionais e uma de nossas professoras tem cursos na área.
Há disponibilidade de materiais e recursos
adaptáveis para professores e alunos?
Sim, temos alguns recursos
especificos par atender essa clientela,mas na maioria das vezes nossos
professore adaptam os recursos que tem para atendê-los de forma mais adequada.
Os professores que trabalham na escola recebem
alguma capacitação pedagógica para trabalhar com o aluno da educação especial?
Não, como citado anteriormente,
apenas uma de nossas professoras tem capacitação. mas procuramos sempre colocar
na pauta dos nossos grupos de estudos, assuntos, pesquisem, dialoguem sobre
melhorias para o todo, mas principalmente para dentro de suas salas.
A escola realiza projetos permanentes para a
conscientização da diversidade na escola?
sim, sempre trabalhamos esse
tema em nossa escola.
Em seu ponto de vista quais são os maiores desafios
enfrentados pela escola na construção de uma proposta de educação inclusiva?
A falta da oferta de
capacitação em horário compativel para que os professores possam
participar.
Em meios as observações nas escolas de estágio, constatamos que há
algumas dificuldades por parte dos professores para poder atender aos alunos
com necessidades especiais, algumas escolas não tem professores preparados para
poder ensinar alunos da Educação Especial e a maioria dos professores não tem formação especializada para poder
atender esses alunos. Algumas salas não tem auxiliares para poder ajudar a
professora, percebemos que a maioria das professoras tem dificuldades em dar
aulas para os alunos especiais.
Outro fator importante que observamos durante os estágios é a integração
desses alunos na turma regular, pois pode ser tarefa complexa, pois é preciso trabalhar o relacionamento entre os
alunos que tem necessidades especiais
com aqueles que não tem, assim como, a adaptação dos conteúdos
que será trabalhado na turma. Foi observado, ainda, que existem a dificuldades
em aplicar os conteúdos escolares para
esses alunos, pois a maioria deles têm dificuldades em aprender como os outros, por isso é necessário a adapção dos conteúdos
para que todos aprendam juntos.
O que precebemos é que existe uma grande insegurança por parte dos
professores de como agir com esses alunos, alguns simplesmente os entregam
alguma atividade pouco estimulante, tal como um desenho para colorir, enquanto
outros utilizam as mesmas atividades dos demais alunos, porém, sem nenhum apoio
diferenciado. Segue entrevistas com professores:
Professor 1
Em relação à educação
inclusiva:
Qual é a sua formação?
Pouca.
Se sente preparado para
trabalhar com alunos da educação especial?
O
dia-a-dia nos prepara. No momento me sinto preparada.
Já fez alguma
capacitação pedagógica para atuar com alunos da educação especial?
Não.
Como já disse, o convívio em sala de aula e os anos de experiência e contado
com essa classe de crianças, acaba nos ensinando e nos autocapacitando.
Em sua opinião, qual é
a maior dificuldade encontrada para ensinar o aluno da educação especial?
Os
recursos didáticos que não tem para usar, um profissional capacitado para lidar.
Quais adaptações são
feitas no currículo e no planejamento de aula para adequar as suas práticas
pedagógicas as necessidades especificas do aluno da educação especial?
O
planejamento é adaptado de acordo com a necessidade do aluno, de forma lúdica
para motivar o aluno a fazer as atividades.
Em seu ponto de vista
quais são os maiores desafios enfrentados pelo professor na construção de uma
proposta de educação especial?
Falta
de colaboração da rede escolar, a falta de auxílio para desenvolver projetos
que trabalhe as necessidades especiais entre outras coisas.
Professor
2
Qual é sua formação?
Sou professora e assistente social.
Se sente preparado para trabalhar com alunos da educação especial?
Gostaria muito, mas não me sinto preparada,não
tenho uma formação direcionada ao PNE.
Já fez alguma capacitação pedagógica para atuar com alunos da educação
especial?
Fiz um curso on line de 3 meses pela universidade
de Santa catarina, indicado pela SME< o EEE.Sempre que possivel vou à
palestras e seminários referentes a PNE.Capacitação presencial ainda não fiz,
espero um dia ter essa oportunidade.
Em sua opinião, qual é a maior dificuldade encontrada para ensinar o
aluno da educação especial?
O maior desafio do professor, é ter que trabalhar
com PNE sem capacitação pedagógica e sem a sala de recursos especiais.
Quais adaptações são feitas no currículo e no planejamento de aula para
adequar as suas práticas pedagógicas as necessidades especificas do aluno da
educação especial?
As adaptações curriculares são feitas de acordo com o grau da necessidade
de cada aluno. As orientações são pela OP da UE, mais as informações passadas
pelo professor regente, formamos assim as atividades do planejamento de
adaptações curriculares.
Sabemos que, necessariamente não precisamos de um laudo médico para a
confecção do planejamento de adaptação curricular, mas se o aluno o possui,
fica mais fácil adequar as atividades às necessidades apresentadas no laudo.
Em seu ponto de vista quais são os amiores desafios enfrentados pelos
professor na construção de uma proposta de educação inclusiva?
São os direitos negados ao aluno PNE. Ele tem
direito a ser assistido por um profissional pedagógicamente capacitado, em uma
sala de recursos especiais adequados às sua limitações facilitando assim, seu
desenvolvimento cognitivo.
Outro
grande problema comumente visto durante as observações nas escolas estagiadas,
é a ausência das salas de recursos multifuncionais. Áudio-livros, jogos, livros
em braile, computadores especiais, além de mobiliário adaptado, ainda não são
encontrados nas escolas. Seria essencial que após o período comum de estudos,
esses alunos permanecessem na escola para um atendimento especializado nessas
salas de recursos multifuncionais, porém, mesmo que amparadas pela lei as
escolas, ainda, não receberam essas salas.
Mesmo não tendo as salas de recursos
multifuncionais implantadas, não observamos os gestores das escolas não
procuram qualquer tipo de ONG, centros de referências os hospitais
especializados no assunto para agir em conjunto no aprendizado e na formação desses
alunos.
Não há
como negar que, de fato, existe um grande avanço na legislação no quesito
amparo às pessoas com necessidades especiais, porém, essa lei ainda não é
devidamente cumprida e, infelizmente as escolas não estão totalmente preparadas
para atender com qualidade e atingir os objetivos pretendidos de aprendizagens
para os alunos com necessidades especiais. Concluímos que ainda há muito o que
avançar nas políticas públicas quando se fala em inclusão escolar.
ConsideraçÕES finais
Propomos-nos à elaboração dessa
pesquisa devido às inquietações dos alunos da turma 3003 do curso normal, que
em suas observações, deparam-se com o despreparo dos profissionais da educação
com os alunos com necessidades educativas especiais (NEE).
Para a concretização desse estudo
deparamos com a problemática: "O aluno de inclusão e o despreparo da
escola em sua tarefa de ensinar". O
que vemos são professores com a função de educar, mas que se encontram perdidos
e amedrontados por essa "nova" visão educacional. Tal perspectiva nos
faz pensar na formação de professores e de como essa iniciativa poderia
facilitar a entrada e permanência das crianças com NEE em escolas regulares.
Os achados são sim, muito relevantes
para a ciência. Pois promovem a discussão sobre a inclusão dos portadores de
NEE nas escolas e regulares e como alcançar os objetivos de uma escola
verdadeiramente inclusiva. A pesquisa do tema nos envolveu numa busca por
aprender e desenvolver o pensamento científico, produzindo assim conhecimentos
ao em vez de receber informações prontas.Sabemos que tal empreitada não se
constitui em uma tarefa fácil e que exigiu de nós futuros professores um olhar
não só de pesquisadores, mas participantes dessa realidade.
Mesmo com os achados,
a inclusão no decorrer dos anos vem melhorado, ainda há muito que se melhorar
entre tantos fatores, concorda-se com SILVA (2009) que afirma o desenvolvimento
da inclusão educacional "só pode ter bons resultados se forem feitos por
meio da qualificação profissional". Dessa maneira, a ampliação e
continuidade dos cursos de capacitação são indispensáveis para a preparação dos
professores que atuam na escola. São as escolas que atuam com os alunos de
inclusão devem investir em capacitação para seus professores usarem as tecnologias
assistivas e os materiais didáticos não devem ser descartados. O que se espera
do professor e que ele esteja preparado para o trabalho da inclusão educacional
e principalmente, em acordo com SILVA (2009), "que com a educação
inclusiva sejam abandonadas definitivamente às barreiras seletivas da
aprendizagem", e que a sociedade se adapte ao aluno incluído ao invés do o
estudante se adaptar à sociedade.
O trabalho de inclusão não poderá ser
finalizado enquanto existir necessidade de aprimoramento, tanto das práticas de
ensino como também de internalização dos sistemas educacionais. A inclusão é
uma realidade que não pode mais esperar melhores preparos por parte das
instituições de ensino, como também dos responsáveis em promover a dignidade
humana, buscando com isso os valores éticos para que todos tenham lugar e vez
nos segmentos da sociedade.
Todos são responsáveis pela inclusão,
tanto a escola como a sociedade de um modo geral. Os cidadãos que participam da
sociedade organizada têm que estar atento para a observância do cumprimento da
lei da inclusão. É preciso fazer valer os direitos adquiridos aos portadores de
necessidades especiais.
Incluir os alunos com NEE em todos os
segmentos é uma forma de aceitá-los como eles são. Não importa que tipo de deficiência
eles carreguem, o importante é dar a eles oportunidades para que se sintam
valorizados.
O passo a passo desta pesquisa está em: Pesquisa científica no Ensino Médio formação de professores da preparação à apresentação
O passo a passo desta pesquisa está em: Pesquisa científica no Ensino Médio formação de professores da preparação à apresentação
7-BIBLIOGRAFIA
BRASIL.
Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional.
Brasília: Sub-secretaria de Edições Técnicas, 1997. 48 p.
Cavalcante, M. As
leis sobre diversidade. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/leis-diversidade-424523.shtml Acesso em 28 de
abril de 2015.
Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA ) Lei Federal
Nº 8069/1990 Disponível em:
http://www.consec.rn.gov.br/conteudo.asp?tran=item&targ=28789&act=null&page=null&parm=null&lbl=mat%c3%89ria Acesso em: 20 de abril de 2015
FERREIRA, Maria Elisa Caputo;
GUIMARÃES, Marly. Educação inclusiva. Rio de Janeiro: 2003 Editora
DP&A
SILVA.M. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES (2009).
Acesso: 04 de setembro de 2015.
Disponível em:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/fev_2010/inclusao_diversidade.pdf
PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência de Educação. Ensino Fundamental na rede pública de ensino da educação básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED/SUED, 2005. Mimeog.
PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência de Educação. Ensino Fundamental na rede pública de ensino da educação básica do Estado do Paraná. Curitiba: SEED/SUED, 2005. Mimeog.
Documento elaborado pelo Grupo de
Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº
948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Disponível
em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf Acesso em : 25 de outubro de 2008
Decreto Legislativo nº 186 de julho de 2008 e no Decreto nº 6.571 de 18 de
setembro de 2008.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm Acesso em
20 de outubro de 2015